Proteccionismo no Mercado Português
O mercado português de mobilidade elétrica é um dos mais protecionistas da Europa, com a presença de agentes regulados que não existem noutros mercados. A presença destes agentes é justificada pela necessidade de garantir a interoperabilidade da rede de carregamento, mas a sua existência tem impactos negativos no mercado.
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Um OPC europeu que queira entrar no mercado português tem de se submeter a um processo de registo e certificação que pode ser moroso e dispendioso. Frequentemente, a solução passa por estabelecer parcerias com OPCs locais, o que pode limitar a concorrência e a inovação no mercado.
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Um eMSP europeu que queira operar em Portugal tem de obter uma licença de CEME e entrar no mercado de revenda de energia, ou estabelecer uma parceria com um CEME local. Esta exigência pode limitar a entrada de novos players no mercado e dificultar a expansão de operadores já estabelecidos noutros países.
Os Agentes de Mercado Têm Responsabilidades Únicas no Mercado Português
O mercado português de mobilidade elétrica é um dos mais regulados da Europa, com a presença de agentes regulados que não existem noutros mercados. A presença destes agentes é justificada pela necessidade de garantir a interoperabilidade da rede de carregamento e separação da energia do serviço de carregamento. Como resultado, empresas estrangeiras que queiram entrar no mercado português e usar o mesmo modelo de negócio que usam noutros países têm grandes dificuldades em fazê-lo.
Exemplo da Ionity
A Ionity foi das primeiras empresas estrangeiras a entrar no mercado português, mas acabou por fazê-lo através de empresas portuguesas e com um modelo de negócio diferente do que usa noutros países. Após vários anos no mercado português, continuam a não ter disponíveis nem os serviços de subscrição para fidelizar os seus clientes portugueses, nem a possibilidade de estrangeiros usarem as suas subscrições em Portugal.